Classe, excedente e explotação. A interpretação do Laclau e Mouffe do marxismo

Resumo

A crítica pós-marxista da política da luta de classes traz à tona demandas sociais geralmente ignoradas pelo marxismo. No entanto, na abordagem de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, esse avanço é seguido por dois passos para trás. Eles negam que a luta de classes contra à exploração capitalista tenha qualquer significado político para as massas ou que tenha qualquer vínculo
essencial com o projeto socialista democrático. Mas essa afirmação é baseada em uma deturpação da teoria marxista, a partir da qual eles subestimam o fenômeno global da exploração do trabalho. Esse passo em falso é devido a que sob crítica laclau-mouffeana aparecem dois equívocos: uma
ambigüidade no uso do conceito de excedente econômico e uma identificação incorreta entre a classe trabalhadora e os trabalhadores produtivos. Com Laclau e Mouffe, compartilho a convicção da necessidade de uma teoria pós-marxista. No entanto, o pós-marxismo poderá ser tão robusto quanto nossos fundamentos teóricos marxistas o permitirem.